Ouço.
Como se o cheiro desta enormíssima noite
Me trouxesse de volta o vazio dos anos
Em que em cada entardecer tentei
Em vão recompor-me do pesadelo da noite anterior..
Contemplo
A esvoaçante e lilás melodia do batuque
Da mente ao descortinar ideias e conceitos
Que não ouso pronunciar - profanos!!
E que me apartam e me acercam...
Sinto
O suave murmurar da respiração tua
Em minha pele arrepiada, ciosa de ti - de tudo de Ti!
Mil a milímetro, decibéis perecíveis, as cores..
Julgadas mortais, eis que emergem do vão desse bêco!
O teu cheiro
Rapta a monte e brada aos mundos
Ariscas e férreas vontades de jamais emergir das paredes azuis
As que, escravas, não tiveram remédio que
Ser testemunho de quinhentos e vinte e cinco mil milhões de outras vidas passadas..
E a meu palato
Vem o doce e tão acre sabor a Ti -
O mesmo que em aromas me cobriu por
Mais não sei quantas horas até que em solo sacro
Ou não sacro me ajeitei a este alarde de sentidos, que em verdade os sinto mais vãos que idos!
Excelente poema.
ResponderEliminarParabéns pelo talento que as tuas belas palavras revelam.
Querida amiga, tem um bom resto de domingo e uma boa semana.
Beijo.