1
A cada noite em que me
atiro
Na horizontalidade das
palavras e sou depois
Arrancada ao sonho pelas garras das madrugada
Que na erma dificuldade
das lágrimas
Me deixam hirta e
suspensa, morta e inanimada
Suplico pelo entendimento
do meu canto inócuo.
2
Se essa sentença absurda me
embatuca,
Me cala à tua beira, como
respirar?
Como caminhar, como
respirar?
O eco não me traz resposta
alguma
E já nem certeza tenho de a
querer ouvir
Com medo de ensurdecer e
ensandecer.
Desconheço realmente este
Reflexo no espelho
- em palavras se transforma.
3
Quis prostar-me de braços
abertos,
Receber a frescura dos
céus - um burbulhar
De partículas vibrantes a
recriar os tremores
que me causam a tua
proximidade...
Inebriar-me na aquática
melodia do meu quintal,
Querer saber porque
perseguida fui através das marés
Dos Perplexos Oceanos que
nos apartaram sem dó.
4
O rasto luminoso e invisível a comuns mortais
Que deixas neste corpo a cada milímetro
De toque amorna-me a alma e permite
À mente o ideal repetido por ínfimas eternidades...
Depois da partida resta-me o desejo de
Confessar às paredes ainda brancas
O grito austero que me afoga o peito.
O grito que me subjugou ao teu cheiro,
Que me deixou colada à tua pele.
Já não sou mais eu.. confundo-me contigo.
Esqueci o meu nome ou estranhamente soa-me ao teu...
Maria Fernandesin Contemplações, Constatações e 30 Ventos (2015)
Será que a tua poesia te liberta das dolorosas insanidades que a tua riqueza interior contém ou queimas-te cada vez mais?
ResponderEliminarAh! Sem a escrita, que seria da loucura?