terça-feira, 17 de julho de 2012

Contemplação


A brisa um tanto arisca.
Os melros cantam.
O chão cinza, tua tez imóvel.

Antes haviam brilhado, teus olhos.
Agora encerram contemplação etérea.
O chão cinza, tua tez imóvel.

Olho o recanto.
Pergunto como seria a vista de fora.
O chão cinza, tua tez imóvel.

Nada é conhecimento confiado
e se, enfim, te quero saber é na
demanda do capricho ou no capricho da demanda?
Pergunto à arisca brisa, ao melro
no cabo de tensão. Quis saber se
na tua interna contemplação estaria o Graal.
Olho o recanto: não há resposta.
Só o chão cinza e tua tez imóvel!



Maria Fernandes, in Contemplações, Constatações e 30 Ventos (2015)

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