sábado, 28 de abril de 2012

Há um Pássaro Cantante


Há um pássaro cantante em cada instante em que esse ácaro sussurra
Inverosímeis verdades de torpores e tremores de um e de outro lado destes oceanos.
Cada lágrima tornada rocha por esse abismo abaixo
É confissão lavrada em fogo de impossíveis verdades secretas.

Há um pássaro cantante em cada instante em que esse ácaro sussurra
Inverosímeis verdades de torpores e tremores por onde meu corpo nu
Baloiçante e passeante absorveu indecentes odes à carne e por dentro me morde,
Mastiga lentamente a conjuntura do sonho que teimo em não lembrar.



segunda-feira, 23 de abril de 2012

"Leva-me"

Como se diz um esvair de alma?
Acaso o surreal nos eleva?
Acaso o infinito nos alberga?
Ah, deixa que por aqui vá!
Nada cuides, que encruzilhadas,
Atalhos, trilhos e demais afins
Não serão capazes de desta seiva
Te arrebatar, te sugar, te sumir.
Se por mais completa que  a ti me dê
Toda essa parte é ínfima do que trago para te dar.
No dormente e completamente traço desse Rosto
Repousei o completo Ser, Diamante Tornado!
Rebolo, estendo-me, atiro-me
Não receio engolidoras vagas ou milhas de bytes.
Em todo o caso, o meu beat é o teu
Em toda e qualquer coordenada!

E sim! -  una, nua, crua e suada a teu regaço me atiro!
Banho-me  de cadências deliciosas da carícia do teu olhar
Um outro, obliterado no ofuscado túnel de turbilhões,
Na imensa teia sem medida....
Ah, de solto ar me entrego, sim! Imperiosa urgência
De em ti me embutir, de em ti me sentir
Daquela mesma forma que se adivinhou absoluta e intemporal..
Dir-se-á completamente um esvair de alma?
Completamente o surreal e o infinito que nos eleva e alberga, dir-se-á também?
Digamos, pois... - levo-te.



domingo, 22 de abril de 2012

Um poema

Sucessão de palavras, ritos de conexão,
Linhas dementes previamente sentidas, pensadas, engendradas.
Sílabas sibilantes, contos cantantes de invisíveis
Cores, traços de mediocridade de torpores -
Uns verdade, outros mentirosos e ardilosos
Tal como o são olhos e olhares teus, meus, dos outros.

Sim! - Nessa morna e deliciosa confecção desejo atirar-me.
Tornar letra cada balanço de diafragma
Na dolorosa verdade do existir, vidências
De belezas e horrores  - mortes e vidas.
Saber-me ida a cada lançar de palavra..
A mim voltar em cada repetida leitura que de mim faça.

Um poema. Nesse sonho de bom grado dormiria
Atentando entranhas, estremecendo paredes
Em marasmos de maremotos ecoando gritos, cantos,
Quentes suores, pensamentos que não ouso pronunciar
Para que castos se quedem na imóvel didascália
Dessa hirta tela onde nua e tímida pinto a palavra.

Deleitar-me com cada sintaxe imaginada,
Murmurar de semicerrados olhos cada repetição
Que por pautas sem clave solar distribua em semínimas.
Apartadas por irregulares compassos a cada sopro
Que o vento de Londres deixa em cada marron tijolo
E em cada um deixo uma pergunta...

Nada mais doce e mais eterno que espraiar-me
Por palavras do nada-ser..
Do nada sonhar, do tudo-sonhar!!
Trazer à vida esse negrume a acidez do pós-retina-cerrar
Depois de arrasadora visão de Infames Promessas!
Mesclar-me com a palavra-ser, palavra-amor, palavra-vida
todas as reais, podres, belas, nojentas, imaginadas palavras..
Por onde vislumbro a extenuante essência de completa ser e completa me dar..


Maria Fernandes









terça-feira, 3 de abril de 2012

Railway

This mind is free.
so as this body and actions from me.
Don't try to rule me or command,
I will always take course to where
my mind flies. And it flies away.
Heading concrete jungles and sauvage ones.
Where i can be lost and no one asks.
Where I can run 'n hide, scream 'n cry.


Maria Fernandes