quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

CONSTATAÇÃO IV


Antes de te tornares fantasma fugi de ti, esbaforida, inconsequente e pseudo-lúcida.
Agora que és bruma metafísica, teima em buscar-te a mente doentia, pesada, inconsciente e incapaz de perdoar.
Carrego a herança bruta de ti em cada carregar de sobrolho, a estupidez, a insanidade, o orgulho idiota!!
E desejo em soluços de raiva não ser de ti, nem nunca ter sido de ti, nem nunca ter tido de ti. Em última instância, que houvessem enterrado com a tua podre e asquerosa carcaça o que foi de mim em ti, o que possa ter tido de ti. Então poderia ser ninguém.

Maria Fernandes



Sem comentários:

Enviar um comentário