Camaleões
alimentam-se de luz e de ar:
O alimento dos
poetas é o amor e a honra:
Se neste vasto
mundo de esmero
Os poetas
pudessem o mesmo fazer
Com a sua pequena
labuta,
Mudariam alguma
vez o seu tom
Como aos camaleões
a luz faz,
Ajustando-os a
cada raio
Vinte vezes por
dia?
Os poetas estão
nesta fria terra
Como os camaleões
devem estar,
Escondidos do seu
nascimento prematuro
Numa gruta sob o
mar;
Onde há luz,
mudam os camaleões:
Onde não há amor,
fazem-no os poetas:
Honra é amor
mascarado: se poucos
Encontram um ou
outro, nunca estranham
Dos mesmos esse
alcance.
Ainda assim, não
ousem manchar com riquezas ou poder
A mente livre e
divina de um poeta:
Se os luminosos
camaleões pudessem devorar
Mais que feixes e
vento,
Cresceriam tão
terrenos e breves
Como os seus
irmãos lagartos.
Filhos de uma
soalheira estrela,
Espíritos para
além da lua,
Oh, recusem o dom!
Tradução - Maria Fernandes
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