sexta-feira, 22 de junho de 2012

A Hora Da Mentira

Desfazer-me  de tudo, até da Identidade!
Despir-me de Ideias, pensamentos e ilacções.
Não opinar, não saber, não se revoltar!
Desfazer-me do meio metro à minha volta,
Vazar-me de Aura - não mais ser Eu.
Renunciar a todo e qualquer sentir
Apedrejar, pedra tornando-me à mais
Pálida sombra de emoção, - que se vá.


Que nada possuo, nem me possuo nem
Permito à alma que sonhe em te possuir.
Talvez, de novo, numa outra Terra, com um
Outro tempo e outro Sal, talvez então..
Não importe o papel que se tenha -
Apenas que se tenha um. Um dos Eternos, já agora, sff.
Que não tenha prazo de validade, que jamais expire irremediavelmente.
Que me escreva de Eros e me acaricie sem tocar.
Que me sussurre na noite ao cair e embalar.

Do penhasco atirar a Voz que em socalcos
Me amedrontava e retraía.
No final, nada mais lembra que a Hora da Mentira.


Maria Fernandes

2 comentários:

  1. E não deixa de ser mesmo a hora da mentira, uma alma como a tua não consegue desligar-se das coisas, deixar de pensar, de questionar...bonito

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  2. Alexandra, aprendi que vezes há em que não pensar, não questionar é tão importante como o fazer.. assim como é tão importante não escrever em certas alturas como escrever em todas as outras.. Tudo na vida encontra o seu equilíbrio sendo que o desta é a morte.. Obrigada por me leres, Alexandra - muito me lisonjeia. :))

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