domingo, 24 de junho de 2012

A Espera


Até nas imensuráveis milhas te espero.
Na chuva que vejo cair,
Vejo cair o teu olhar em meu corpo desnudo.
Na junção musical da chuva com um Nocturne.. te espero também.
Na beleza que descubro nas melodias
Entrecortadas por raios decibéis,
Na rajada mais forte deste vento,
Numa ou noutra nuvem mais negra,
Em cada negro café e pensamento te espero. Mas tu não vens...

Espero-te mesmo no café da esquina,
Onde nunca irás entrar para uma bica.
Espero-te na estação de comboio
Onde não acorreste para me impedir de partir
Nem de ti e de mim apartar abomináveis verdades..
-Trouxe-as na mala, assombram todos os meus dias e noites..
Até em todas as cãs dos desconhecidos te espero.
Nos seus olhares indiferentes em boa verdade te aguardo.
No marulhar desse oceano silencioso naquela noite,
No sítio onde se escondem todas as estrelas
Deslumbrada, aturdida, escravizada te espero. Mas tu não vens.

Maria Fernandes

1 comentário:

  1. Li este poema e mais 4 ou 5.
    E gostei imenso do que escreves.
    Parabéns pelo talento que as tyuas palavras revelam.
    Beijo.

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