sábado, 13 de julho de 2013

Armadura


Decresce o tempo para que, enfim,
Me possa urdir da armadura que é
Há muito, muito ida - talvez até possa
Usar a Inerte Máscara
Essa antiga cara que usei, que sempre usei.

Derrete o tempo e tento que tudo se
Desfaça em ondas da ideia de não-Ser.

Decresce o tempo e comprimo a
Essência aos mínimos do tolerável.

Desaparece, descarado, o tempo
E já na tua pele me confesso insanável.

- Eu não sou a guerreira de todos os tempos, sou-o apenas do Nosso.

  



Maria Fernandes,
in Contemplações, Constatações e 30 Ventos (2014)

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