quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

TOI


No intrínseco instante em que te veria descendo o verde
“Emudeceria, enquanto por meus olhos desfilariam mil palavras e léxicos”.
Mas acordei na cinzenta manhã sem nada mais que lágrimas como companhia.
É hora de voltar ao parco correr dos dias sem te haver conhecido.
Altura de por cá deixar essas, as que rolaram e acompanharam.
Palavras que levo em bagagem são vãs sombras do que te sonhei.
O sono me agitou no sonho onde te tentei afogar
Para que não me mates, a mim.
Para que não usurpes por demais esta leveza que me comanda.
E não mais dilaceres este olhar, que te disse insondáveis coisas,
Cantou orações, poetizou eventos, segredou rimas sem par,
Inaudíveis mas que sabíamos tão bem ouvir!
Fui eu, louca que me atirei desse abismo julgando poder voar.
Fui eu, tresloucada, doentia, desvairada de febre que em ti
Quis desaguar, desaguando-me. Espraiando-me ao longo do teu peito
Onde ousei asfixiar-me e me inebriei de ti e desse odor obtuso
Que agora jaz a meus pés, inanimado.
Ao deparar-me com o abismo, abandonou-me a vertigem
E montei o teu dorso, pronta a deixar-me levar
Para onde me quisesses, nalgum desolado lugar onde, leve, me  sonhasses!
Por aí me quedei, depois. Absorvendo todo o magnético negrume,
Deixando-te, aí, apenas luz alva. Para que vejas e sintas. E em fim, me sonhes
Na plenitude deste e de todos o Universos que pode ser que um dia se aproximem
Da grandeza que acontece quando um no outro repousamos e cerramos punhos…
Ainda por aí vagueio, procurando sei lá o quê, talvez o reflexo de mim mesma.
Na leveza, urge que ostente a Inerte Máscara para emergir desse Mar. E de Toi.



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