sexta-feira, 4 de novembro de 2011

O Vento não dava tréguas

E, aos poucos, a ventania parece
arrepiar-me as entranhas e meu
já alterado espírito torna-se Vento,
também. Nada mais que tu ocupa a minha
hesitantemente acutilante e analista mente.
Quando quis que o Vento alado me
soprasse, a ver se por algum fantástico desígnio,
meu espírito descansava de ti, como
que levando em seu sopro de voo
as palavras, todas que crio e descrio,
na busca (inútil!) de Te saber,
nada aconteceu!
 Todavia, lá no sítio para onde fogem todas as estrelas,
a calma foi avassaladora, o silêncio
cheio de frases ora com, ora sem nexo.
As sintaxes não foram necessárias,
são esdrúxulas ao nosso olhar.
Nem uma brisa, quanto mais um Vento Alado!
Foi uma qualquer Trégua que o Tempo
e a malfadada circunstância, benévolamente,
nos concederam... para que soubéssemos
quem fomos e quem somos.
E o Alado, depois, para que não esqueçamos.

Maria Fernandes

2 comentários:

  1. "Quando quis que o Vento alado me
    soprasse, a ver se por algum fantástico desígnio,
    meu espírito descansava de ti, como
    que levando em seu sopro de voo
    as palavras, todas que crio e descrio,
    na busca (inútil!) de Te saber,
    nada aconteceu!"
    Adorei, particularmente, esta parte do texto. Que bom é ler-te :).

    ResponderEliminar