segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

Que deste prurido
cante
a folha solta
da primeira hora
de cada suspiro
distendido
pelo âmago
da ostentação
das coisas.

Que cante
que mais não
lhe assiste.

Que cante
em
ondas motrizes.

Que cante
em
cordas bambas.

Que deste prurido
brade
a cor de todas
as manhãs
dançantes
em olhos
vãos
do torpor
ardente
da vigília.


Que se esbanje,
que evapore
em papéis
e palavras
e bocas
e mãos.

Que se banhe
de verdade,
de infância
e que singre
nos idos imos
de tantos
e de tantos.

Que deste prurido
cante
a folha solta
da primeira hora
de cada suspiro
distendido
pelo âmago
da ostentação
das coisas

as coisas
que se sabem
ser
por o não ser
e existem
ou não existem
à medida
de cada
alma.



Maria Fernandes
(11.01.2015)

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