O que confesso não é já mais que a
Improvável ideia de remissão e alienação
O que confesso não é já mais que a óbvia e
Improvável ideia da corrente presa á nascente.
Confesso o prelúdio desta demência
Que mais não é que o resultado de
Incoerentes visões e análises esdrúxulas
Da excepção. A que é, em meias palavras
A vida. E a morte – por afinidade.
Confissões e comiserações de embargos ao pensamento
O acima-de-tudo-racional, o que me perturba
E faz querer que tudo signifique o tudo e o nada.
Que tudo e nada são páginas da mesma folha
Em que me rendo e suspendo ao confessar
Demências, ideias negras, de Cordas e Multiversos
Que marietando almas, lá do Alto, se partem!
Maria Fernandes, in Contemplações, Constatações e 30 Ventos (2014)
segunda-feira, 30 de janeiro de 2012
quinta-feira, 19 de janeiro de 2012
Attempt
For each and every breath I take
Dreaming on you
There is a new bright on that sky above us.
That one that sorrounds us
While we look at each other
With fire in our eyes
Attempting to be like that
Million stars shinning on velvet skies
Could that be heaven?
Could that be that very important
Thing every one told us about?
Or is it just fake feelings?
Or is it just something only I
Dreamed about?
Maria Fernandes
Dreaming on you
There is a new bright on that sky above us.
That one that sorrounds us
While we look at each other
With fire in our eyes
Attempting to be like that
Million stars shinning on velvet skies
Could that be heaven?
Could that be that very important
Thing every one told us about?
Or is it just fake feelings?
Or is it just something only I
Dreamed about?
Maria Fernandes
nuvens um céu
ausente de pássaros
fios a pingar da memória
impossível
do mar que me habita
em marés desiguais
um mar-verbo que me atira
contra as rochas
da insatisfação fácil
de todos os dias
minguante sensação de ser
viver assim
estação outra
onde flores são pregos
que retiro do estigma
do gesto
André De Vasconcelos
ausente de pássaros
fios a pingar da memória
impossível
do mar que me habita
em marés desiguais
um mar-verbo que me atira
contra as rochas
da insatisfação fácil
de todos os dias
minguante sensação de ser
viver assim
estação outra
onde flores são pregos
que retiro do estigma
do gesto
André De Vasconcelos
terça-feira, 17 de janeiro de 2012
Contemplação V
À medida que revisito estes meandros de memória do que resta desta,
já meio corroída mente na busca por velhos nomes, tempos, formas reais
disformes e esotéricamente nítidas... sentires, ânsias, desejos doridos
por esmagamento me assaltam desde as catacumbas de mim. Se é verdade não
sou esta eu, quem serei então?
Era uma outra mulher, a que viu, ouviu, sentiu. Esta jamais se permitiria a tamanhas fraquezas! Esta, escudar-se-ia em ferros, espernearia até ao fim, preferindo ser coberta de mortalha a render-se!
"Atrás de ti!" - e de imediato o rebuliço. Aí recuo na busca de estilos, formas, luzinhas piscando no ar, estrelas no céu, olhos brilhantes e a certeza de "dejá vu". Tudo vem à tona aos estímulos certos. E que melhor para recordar do simplesmente fazê-lo?... A ideia do que escrevo raras vezes é a ideia da que escreve. Contudo a que escreve raras vezes não está contida na ideia escrita. Em cada forma textual que idealizo um escoamento de capital sensorial e emotivo - preto no branco! Que sintam o que quiserem, se o quiserem! Que pensem o que quiserem, se pensarem!
Cansa ter de explicar-se a cada rosto. Será realmente precisa a nitidez? A explicação? Não poderão os rostos apreender ideias escritas e transformar conceitos a seu bel-prazer? E até que ponto pode tal prejudicar a ideia que se quis, de facto escrever? Mas será que queremos mesmo ser entendidos?!
Deixa-me atónita a beleza dos factos ocorridos.
Maria Fernandes, in Contemplações, Constatações e 30 Ventos (2014)
Era uma outra mulher, a que viu, ouviu, sentiu. Esta jamais se permitiria a tamanhas fraquezas! Esta, escudar-se-ia em ferros, espernearia até ao fim, preferindo ser coberta de mortalha a render-se!
"Atrás de ti!" - e de imediato o rebuliço. Aí recuo na busca de estilos, formas, luzinhas piscando no ar, estrelas no céu, olhos brilhantes e a certeza de "dejá vu". Tudo vem à tona aos estímulos certos. E que melhor para recordar do simplesmente fazê-lo?... A ideia do que escrevo raras vezes é a ideia da que escreve. Contudo a que escreve raras vezes não está contida na ideia escrita. Em cada forma textual que idealizo um escoamento de capital sensorial e emotivo - preto no branco! Que sintam o que quiserem, se o quiserem! Que pensem o que quiserem, se pensarem!
Cansa ter de explicar-se a cada rosto. Será realmente precisa a nitidez? A explicação? Não poderão os rostos apreender ideias escritas e transformar conceitos a seu bel-prazer? E até que ponto pode tal prejudicar a ideia que se quis, de facto escrever? Mas será que queremos mesmo ser entendidos?!
Deixa-me atónita a beleza dos factos ocorridos.
quarta-feira, 4 de janeiro de 2012
Interlúdio
Em flores e floreados
E ventos alados
Se viram deslumbrados
E, num continuar do ritmo de há anos
Se viram subitamente colados.
Em cada ânsia e suspiro
Te sinto em crescendo.
A cada toque de pele húmida
O Incontável perecendo em dividendo
E a noite teima em não ser longa.
Se de compensação se trata
Jamais suspeitaria que Tu o fosses
Ainda que saiba que o sarar não importa
E os pseudo sentires sorriram em caules
Às primeiras horas dessa madrugada.
No lusco-fusco primeiro em que te vi
Esse cristalino de olhar me segredou
Nuas, cruas e arrebatadoras verdades.
Se nos idos anos as sonhei já ditas
Não cuides que se foram nas Idades.
Te vejo na ciranda e no vai-e-vem
Diante destes olhos que pela manhã
Te despertaram. Que fazer senão
Sonhar-te mais um pouco?
Envolver-te em tufos de lã...
Maria Fernandes, in Contemplações, Constatações e 30 Ventos (2014)
E ventos alados
Se viram deslumbrados
E, num continuar do ritmo de há anos
Se viram subitamente colados.
Em cada ânsia e suspiro
Te sinto em crescendo.
A cada toque de pele húmida
O Incontável perecendo em dividendo
E a noite teima em não ser longa.
Se de compensação se trata
Jamais suspeitaria que Tu o fosses
Ainda que saiba que o sarar não importa
E os pseudo sentires sorriram em caules
Às primeiras horas dessa madrugada.
No lusco-fusco primeiro em que te vi
Esse cristalino de olhar me segredou
Nuas, cruas e arrebatadoras verdades.
Se nos idos anos as sonhei já ditas
Não cuides que se foram nas Idades.
Te vejo na ciranda e no vai-e-vem
Diante destes olhos que pela manhã
Te despertaram. Que fazer senão
Sonhar-te mais um pouco?
Envolver-te em tufos de lã...
Maria Fernandes, in Contemplações, Constatações e 30 Ventos (2014)
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