Sou uma onda a caminho
Da tua praia de algodão-doce
E vasculho na tua areia-sol
A minha lucidez.
Sou uma curva na rua onde moras.
Passas, e quando passas, trazes
À tona as canções últimas
Do concerto da minha vida passada.
Sou o cometa no teu céu nocturno
Pedes desejos à minha passagem
E indiferente da candura desssa hora
Sorrio à lua e envio-te uma viagem.
Sou a viragem a Sul que
Ousáste proclamar.
Sou o refrão que não decoráste
Ainda que o saibas em porquês
E que o saibas e não saibas em quês
E que o lembres e esqueças
E que o esqueças e escrevas.
Sou o refrão escrito, ora
Navego em pautas, navego em pautas
Solfejos da crua e una verdade
Que nos impera no âmago.
Sou a vida - eis-me.
21.09.14
Maria Fernnades